Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional

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Data

2018-08-31

Orientador

Gonçalves, Sebastião Carlos Leite

Coorientador

Pós-graduação

Estudos Linguísticos - IBILCE

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Esta tese é amparada por pressupostos gerais de teorias identificadas com correntes funcionalistas da linguagem (DIK, 1989, 1997; NUYTS, 2007; dentre outros), sobretudo o Funcionalismo da Costa Oeste Americana (TRAUGOTT, 2010; TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 1984, 1995; BYBEE, 2016; dentre outros), e conceitos específicos relacionados a teorias cognitivistas, especialmente a identificada com a Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001, 2007; LAKOFF, 1987), numa vertente que vem sendo denominada Modelos Baseados no Uso (BERLOW; KEMMER, 2000; BYBEE, 2016) ou Linguística Cognitivo-funcional (NUYTS, 2007). Mais diretamente, nos valemos de premissas da Gramática de Construções – que defende como princípio fundamental que a forma básica de uma estrutura sintática é a construção, considerada um pareamento simbólico de uma estrutura gramatical complexa com seu significado (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2007) – para analisar, sob uma perspectiva sincrônica e com base em dados de língua escrita e falada do português brasileiro contemporâneo, as construções [v1+ver], sendo v1 substituível pelos verbos ir, querer e deixar. Partimos da hipótese de que essas construções resultam de um processo de construcionalização instanciado por uma série de micropassos de mudanças. A busca pela comprovação dessa hipótese perpassa o mapeamento das propriedades de composicionalidade, esquematicidade e produtividade das construções e permite cumprir o objetivo central da tese, que é o de explorar a relação entre mudança construcional, construcionalização e (inter)subjetivização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TRAUGOTT; DASHER, 2002; TRAUGOTT, 2010). Identificamos e analisamos quatro usos das construções [v1+ver], quais sejam: i) Construções de movimento com propósito; ii) Construções perifrásticas de Tempo e Modalidade; iii) Construções modais epistêmicas; e, iv) Construções atuantes como Marcador Discursivo. Assumimos que diferenças no pareamento de forma e função entre essas construções são fortes evidências para atestar um possível processo diacrônico de construcionalização de [v1+ver]com valor (inter)subjetivo especializado na função de marcador discursivo atuante no fechamento de tópico ou de turno conversacional, no preenchimento de pausa e no engajamento do interlocutor.

Resumo (inglês)

This thesis is supported by general assumptions of functionalist-related theories of language (DIK, 1989, 1997, NUYTS, 2007, among others), especially the Functionalism of the American West Coast (TRAUGOTT, 2010, TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 1984, 1995; BYBEE, 2016; among others), and specific concepts related to cognitive theories, especially the one identified with the Construction Grammar (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001, 2007; LAKOFF, 1987), in a field that has been called Usage-Based Models of Language (BERLOW; KEMMER, 2000; BYBEE, 2016) or Cognitive-Functional Linguistics (NUYTS, 2007). More specifically, we rely on premises of the Construction Grammar, which holds as a fundamental principle that the basic form of a syntactic structure is the construction, conceived as a symbolic pairing of a complex grammatical structure and meaning (GOLDBERG, 1995, 2006, CROFT, 2007); we do so in order to analyze, from a synchronic approach, based on written and spoken language data from the contemporary Brazilian Portuguese, the constructions [v1+ver], being v1 replaceable by the verbs ir, querer, and, deixar. Our point of departures is the hypothesis that these constructions are the result of a constructionalization process that occurs through a series of micro-step changes. In order to prove this hypothesis, we map the compositionality, schematicity, and productivity properties of these constructions. This allows the accomplishment of the thesis’central objective: to explore the relation between constructional change, constructionalization, and (inter)subjectivization (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013, TRAUGOTT, DASHER, 2002; TRAUGOTT, 2010). We identify and analyze four uses of constructs [v1+ver], which are: i) Constructions of purposeful movement; ii) Tense and Aspect periphrastic constructions; iii) Modal epistemic constructions, and; iv) Discourse Marker Constructions. We assume that differences in form and function pairing between these constructs are strong evidence for attesting a possible diachronic constructionalization process of [v1+ver], with (inter)subjective value specialized in the discourse marker function, acting on topic closure or conversational shift in pause completion and speaker engagement.

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Idioma

Português

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