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A história única sobre maternidade e trabalho: relação entre comunicação e violência no contexto organizacional

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Data

2024-08-22

Orientador

Cabral, Raquel (UNESP)

Coorientador

Pós-graduação

Comunicação - FAAC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Falar de maternidade e de mundo do trabalho parece ser uma conta que nunca fecha, já que as demandas de cuidados foram culturalmente impostas pelo patriarcado às mulheres e o sistema capitalista, que avalia o rendimento pelo tempo de dedicação exclusiva ao trabalho, deixa um abismo para muitas mulheres, principalmente às mães. Acrescenta-se a essa conta um discurso antigo e atual/neoliberal de organizações que, na necessidade de mão (mãe) de obra, buscam tornar socialmente mais palatável a exploração dessas mães. Nesse sentido, a comunicação no contexto das organizações (Ferrari; Cabral, 2019) pode se tornar validadora de práticas discursivas/socioculturais violentas com relação à maternidade no mundo do trabalho e ainda dar continuidade outros a tipos de violências (Galtung, 1969) naturalizando uma violência organizacional (Cabral; Gonçalves; Salhani, 2018). A partir das reflexões de Adichie (2019) sobre “os perigos da história única”, pesquisamos sobre a percepção de sete mães trabalhadoras e duas mães gestoras da cidade de Bauru/SP em relação ao discurso que organizações produz a respeito da maternidade e trabalho: como elas se percebem como seres de direitos diante destes discursos? Partimos da hipótese de que as histórias únicas reproduzidas e naturalizadas pelas narrativas organizacionais seduzem, padronizam, silenciam e invisibilizam as violências que mulheres mães trabalhadoras sofrem no mundo do trabalho em relação à maternidade. Desse modo, o objetivo geral é analisar a percepção de mulheres mães trabalhadoras sobre as narrativas organizacionais em relação a assuntos sobre maternidade/trabalho. Para atender este objetivo, o percurso metodológico adotou uma combinação de metodologias para abordar a complexidade do fenômeno. Por meio de questionário online e entrevistas semiestruturadas, buscamos analisar a percepção dessas nove mães sobre as narrativas organizacionais sobre maternidade/trabalho, identificando a produção de sentidos e práticas de violências que reproduzem e naturalizam histórias únicas que as simplificam e as estigmatizam. Como resultados, ainda que com uma amostra reduzida de participantes, a abordagem qualitativa das entrevistas em profundidade permitiu explorar aspectos em detalhes que ofereceram amplitude na análise, o que corrobora para compreender distintos aspectos e fatores que incidem na complexidade do fenômeno. Desse modo, por meio de análise de conteúdo (Bardin, 2011), compreendemos que a comunicação nas organizações reforça determinadas narrativas que naturalizam tais histórias a tal ponto que, mesmo que as mães percebam e reconheçam violências no mundo do trabalho, ainda existe um discurso potencialmente capaz de seduzir sobre a lógica do neoliberalismo e patriarcado, padronizando práticas de violência, exigindo o 100% dessas mães, sobrecarregando-as nos cuidados domésticos, familiares e no trabalho ao mesmo tempo, assim como silenciando e invisibilizando suas histórias, que são singulares e repletas de desafios, inclusive nas organizações.

Resumo (idioma não especificado)

Talking about motherhood and the world of work seems like a problem that never adds up, since caregiving demands have been culturally imposed on women by patriarchy, and the capitalist system, which measures productivity by the amount of exclusive time dedicated to work, creates a gap for many women, especially mothers. To this equation, we must add an old and current/neoliberal discourse from organizations that, in their need for labor (mother labor), seek to make the exploitation of these mothers more socially palatable. In this sense, communication within the organizational context (Ferrari; Cabral, 2019) can become a validator of violent discursive/sociocultural practices regarding motherhood in the workplace, while also perpetuating other types of violence (Galtung, 1969), thereby naturalizing organizational violence (Cabral; Gonçalves; Salhani, 2018). Drawing from Adichie’s (2019) reflections on “the dangers of a single story,” we conducted research on the perception of seven working mothers and two mother-managers in the city of Bauru/SP regarding the discourse organizations produce about motherhood and work: how do they perceive themselves as rights-bearing individuals in the face of these discourses? We start from the hypothesis that the single stories reproduced and naturalized by organizational narratives seduce, standardize, silence, and make invisible the violence that working mothers experience in the workplace related to motherhood. Thus, the general objective is to analyze the perception of working mothers regarding organizational narratives related to motherhood/work issues. To achieve this objective, the methodological path adopted a combination of methodologies to address the complexity of the phenomenon. Through an online questionnaire and semi-structured interviews, we aimed to analyze the perception of these nine mothers regarding organizational narratives about motherhood/work, identifying the production of meanings and violent practices that reproduce and naturalize single stories, which simplify and stigmatize them. Although with a small sample of participants, the qualitative approach of in-depth interviews allowed us to explore aspects in detail, providing depth to the analysis, which helps to understand different aspects and factors that contribute to the complexity of the phenomenon. Thus, through content analysis (Bardin, 2011), we understood that communication in organizations reinforces certain narratives that naturalize these stories to such an extent that, even though mothers perceive and recognize violence in the workplace, there is still a discourse capable of seducing them with the logic of neoliberalism and patriarchy, standardizing violent practices, demanding 100% from these mothers, overburdening them with domestic, family, and work-related care simultaneously, and silencing and rendering their stories invisible, stories that are singular and filled with challenges, even within organizations.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

CAGLIONI, Cassiana Anunciata. A história única sobre maternidade e trabalho: relação entre comunicação e violência no contexto organizacional. 2024. 230 f. Tese (Doutorado em Comunicação) - Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design, Bauru, 2024.

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