Antropologia visual e o olhar dos estudantes para os direitos humanos: uma experiência sociológica no Laboratório de Ciências Humanas numa escola pública periférica

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Data

2023-05-29

Orientador

Cordeiro, Ana Paula

Coorientador

Pós-graduação

Sociologia em Rede Nacional - FFC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Na sociedade brasileira ressignificar a democracia e exercitar o diálogo interdisciplinar para uma formação sociológica é uma tarefa árdua. O objetivo geral da pesquisa de campo foi compreender se as representações imagéticas e icnográficas produzidas pelos estudantes através da Antropologia Visual, junto ao Laboratório de Ciências Humanas (LACH) no ano de 2022 expressavam narrativas que aprimorariam o ensino-aprendizagem e se tais recursos auxiliariam no desenvolvimento do olhar sociológico e numa cultura de direitos humanos na escola. Fez parte dos objetivos específicos, o desenvolver a partir das técnicas de produção de imagens leituras de mundos despertando a narrativas antirracistas, de respeito às diversidades religiosas e de gênero. Refletiu-se conjunturas das experiências cotidianas e fatos sociais que expressaram violações dos direitos humanos e debateu-se as novas narrativas que contrapõem a comunicação violenta, os discursos racistas, homofóbicos, xenófobos e misóginos dinamizando oficinas de direitos humanos e produtos finais tecnológicas (portifólios, blogs, etc). Fortaleceu-se a área de Ciências Humanas contrapondo através de sua produção antropológica os vazios deixados nos conteúdos sociológicos por competências e habilidades aprovados na nova BNCC e sua aplicabilidade para o novo ensino médio. O diálogo com os campos das Artes, Linguagens, Tecnologia, Matemática, Geografia e História motivaram os(as) estudantes, que deixaram de ser os “agentes passivos” receptores dos conteúdos instrumentalizados e tornaram-se “agentes ativos” produtores do conhecimento. A compreensão das imagens, das subjetividades e potencialidades, se tornou rica fonte de memória e história em movimento. A metodologia participante trouxe reflexões dos atores sociais (estudantes) e seus espaços interculturais. O Laboratório de Ciências Humanas (LACH) buscou parcerias com linguagens e códigos para trabalhar o Slam resistência, os saraus de canto e poesia para as interlocuções dos jovens artistas na expressão de seus talentos poéticos e literários. Tanto as poesias quanto as fotografias, vídeos, teatros ou diários de campos fizeram parte de um leque de possibilidades e recursos. Durante a pesquisa houve a opção de priorizar os recursos da fotografia na área da antropologia visual para o desenvolvimento deste projeto. Os resultados deste projeto foram surpreendentes. Os desafios dos direitos humanos sensibilizaram a produção iconográfica e visual tornando as representações, referências estéticas e cognitivas, que se transformaram em recursos para o debates e reflexões sociológicas. A iconografia estudantil é um recurso importantíssimo em ciências sociais para sensibilização e desenvolvimento do olhar sociológico. As visitas aos museus ampliaram a formação, vivência e convivência humana e social entre estudantes e professores. A Organização do acervo, memória e banco de imagens da escola foi uma conquista relevante. Assim como, o fortalecimento de argumentos para o enfrentamento dos discursos e narrativas extremistas. A juventude defensora dos direitos humanos, se organizou com representantes de todas as turmas, se reúnem duas vezes por mês e de forma autônoma. Para além dos objetivos, o surgimento do Observatório dos Direitos Humanos- Marielle Franco, as Comissões de Direitos Humanos dos professores e a Comissão Gremista dos Estudantes acompanhada pela gestão da escola. O fazer antropológico descrito nesta dissertação legitimou aprendizagens humanizadas que puderam refletir as demandas, os desafios e as problemáticas que trazem a educação pública na atualidade.

Resumo (inglês)

In Brazilian Society, re-signifying democracy and exercising interdisciplinar dialogue for sociological training is na arduous task. The general objective of the research was to understand if the imagery and icnographic representations produced by the students through visual anthropology, together with the Human Sciences Laboratory (LACH) expressed narratives that would improve teaching-learning and if such resources would help in the development of the sociological look and in a culture of human rights at school. It was part of the specific objectives, to devolop from the techniques of production of images, readings of worlds, awakening anti-racist narratives, of respect for religious and gender diversities. Conjunctures of everyday experiences and social facts that expressed violations of human rights werw reflected and new narratives that oppose violent communication, racista himophobic, xenophobic and misogynistic speeches were discussed, promoting human rights workshops and technological final products (portifólios, blogs, etc.). The área of Human Sciences was strengthened, Opposing through its anthropological production the gaps left in the sociological contents by competences and abilities approved in the new BNCC and its applicability to the new higt school. The dialogue wuith the Fields of Arts, Languages, Techonology, Matematics, Geography and History motivated the students, who ceased to be “passive agentes” receivers of instrumentalized contents and became “active agentes” producers of knowledge. The understanding of imagens, subjectivities and potentialities, became a rich source of memory and Moving history. The participatory methodology brought reflections from social actors (students) and their intercultural spaces. The Human Sciences Laboratory (LACH) sought partnerships with languages and codes to work on SLAM resistance, singing and potry soirées for the interlocutions of young artists in the expression. Of their poetic and literary talents. Both poetry and photographs, vídeos, teaters or field diaries were part of a range of possibilities and resources. During the research there was the option to prioritize the resources of photography in the field of visual anthropology for the development of this Project. The results of this Project were amazing. The challenges of human rights sensitized the iconographic and visual production, making the representations aesthetic and cognitive references, which became resources for debates and sociological reflections. Student iconography is a very important resource in social sciences for raising a awareness and developing a sociological perspective. The visits to the museums expanded the training, experience and human and social coexistence between students and teachers. The organization of the school’s colletction, memory and image bank was a relevant achievement. As well as strengthening arguments to confront extremista discourses and narratives. The Youth defender of human rights, organized with representatives of all classes, meet twice a mont and autonomously. In addition to the objectives, the emergence of the Human Rights Observatory- Marielle Franco, the Human Rights Commissions of teachers and the Gremista Students Commission accompanied by school management. Anthropological work legitimized humanized learning that could reflect the demands, challengs and problems that presente public education today.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

SANTOS, Simone Cristina dos. Antropologia visual e o olhar dos estudantes para os direitos humanos: uma experiência sociológica no Laboratório de Ciências Humanas numa escola pública periférica. 2023. Dissertação (Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2023.

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