Agrofloresta agroecológica e envolvimento educativo: a experiência do grupo Gira-Sol

Abstract

Os sistemas de produção de alimentos e a relação com a terra foram historicamente alterados, de maneira que hoje predomina o sistema de monoculturas. Paralelamente, se consolidou um sistema hegemônico de monocultura da mente, que reduz a diversidade cultural e ecossistêmica através da padronização dos modos de vida e produção. Um dos possíveis sistemas atualmente utilizados para resgatar saberes tradicionais e promover a recuperação ambiental é o sistema de agroflorestas, sistemas agrícolas biodiversos, onde há consórcios e variedades de estratos e que são adaptados aos ecossistemas naturais e aos aspectos culturais de cada região. As agroflorestas agroecológicas são aquelas voltadas para o fortalecimento, empoderamento e valorização da agricultura comunitária. Para que ocorra a difusão e estabelecimento desses sistemas produtivos alternativos, se faz necessária uma educação que apresente e envolva as pessoas nos mesmos. Nesse intuito, foi formado em 2007 na UNESP de Rio Claro o grupo Gira-Sol, um grupo de extensão em Agroecologia o qual, a partir de 2010, implantou um Sistema Agroflorestal dentro da mesma. Esse sistema Agroflorestal foi desenvolvido através de estudos, mutirões, reuniões, entre outras práticas promovidas pelo grupo, e se configurou como um espaço experimental e sítio demonstrativo, visitado por diversos grupos e indivíduos. O objetivo deste trabalho foi investigar o papel do Sistema Agroflorestal Gira-Sol enquanto um espaço de educação agroflorestal. Para tanto, o histórico do grupo e a trajetória de seus membros e ex membros foi resgatado na busca por indicativos desse papel. A metodologia empregada neste estudo foi a de análise documental que inclui publicações de diferentes naturezas como TCCs, cartilhas, croquis e artigos científicos e de divulgação elaborados pelo grupo, bem como arquivos de fotos, vídeos, atas...