O sinistro feminino em Las cosas que perdimos en el fuego de Mariana Enriquez

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-03-04

Orientador

Alvarez, Roxana Guadalupe Herrera

Coorientador

Pós-graduação

Letras - IBILCE 33004153015P2

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

A autora Mariana Enriquez (1973) é uma das mais famosas escritoras argentinas da atualidade, tanto em seu país como a nível mundial. Em sua obra Las cosas que perdimos en el fuego (2016) – livro dividido em doze contos, sendo onze deles com narradoras e/ou protagonistas femininas –, a autora faz várias denúncias da realidade social de seu país utilizando o gótico, o gótico feminino e feminista, o fantástico e o insólito, engajados política e socialmente. No início do trabalho, apresentou-se a autora, Mariana Enriquez, dando a conhecer a sua obra e alguns dados pessoais relevantes. Em seguida, tratou-se sobre o sinistro feminino, conceituando-o. Definiu-se o sinistro feminino como “uma estética subversiva que parece responder a uma motivação crítica e catártica [das personagens femininas] de reivindicar-se como Sujeitos sinistros” (ABALIA, p. 842, 2014, tradução nossa), mostrando-se, principalmente, nas decisões das personagens, traduzidas em ações ou omissões monstruosas, radicais ou assustadoras, sobretudo em relação aos seus corpos. Na narrativa, diversas personagens femininas decidem tornar-se sujeitos sinistros, subvertendo o sistema. Após analisar cada narrativa, verificou-se que o sinistro feminino é um fio condutor de toda a obra. Para realizar as análises, separaram-se os contos em grupos temáticos pertinentes para aprofundar as leituras nos seguintes tópicos: (i) infâncias monstruosas e maternidades sombrias; (ii) fantasmas (d)e desaparecidos; (iii) sob e sobre os corpos da (pós)ditadura; e (iv) o sinistro feminino das automutilações resistentes. As análises foram tecidas com base, sobretudo, nos trabalhos de Adriana Lía Goicochea (2018), Andrea Abalia (2014), Catalina Forttes Zalaquett (2021), Dayanara Guevara Aguirre (2020), Eleanor M. Hodgson (2020), Inés Ordiz (2014; 2019) e Izabel Fontes (2020). Nas análises comentou-se sobre diversas questões socioculturais e políticas evidentes nas narrativas, destacando as personagens femininas. Em seguida, verificou-se que a obra é caracterizada por seu hibridismo literário, nos termos de Vladimir Krysinski (2012, p. 230), já que há uma mistura de diversos modos literários nas narrativas. Sendo assim, também é possível classificar a obra como pertencente ao macrogênero do insólito literário, de acordo com o conceito de Flávio García (2020, on-line). Nos contos, Mariana Enriquez faz denúncias sociais sobre os horrores da ditadura e pós-ditadura na Argentina, recordando os torturados, desaparecidos e assassinados, retoma questões sobre a violência institucional, a violência de gênero, a miséria, as drogas, a automutilação, algumas doenças e também destaca nas narrativas alguns mitos e crenças populares. Apesar da dor, do silenciamento, das agressões ou da incompreensão, as personagens femininas questionam os padrões e normas impostos, subvertendo-os por meio de suas ações ou omissões radicais ou monstruosas, com a finalidade de sobreviver. As narrativas apresentam finais abertos, os quais geram inquietação, mas ampliam as possiblidades de leitura das narrativas. Muitos finais parecem desesperançosos, porém fazem as pessoas leitoras refletirem sobre como é possível que tudo se torne horrivelmente mais sinistro se ninguém se mobilizar.

Resumo (espanhol)

La autora Mariana Enriquez (1973) es una de las más famosas escritoras argentinas de la actualidad, tanto en su país como a nivel mundial. En su obra Las cosas que perdimos en el fuego (2016) – libro dividido en doce cuentos, siendo once de ellos con narradoras y/o protagonistas femeninas –, la autora hace varias denuncias de la realidad social de su país utilizando el gótico, el gótico femenino y feminista, el fantástico y el insólito, comprometidos política y socialmente. Al inicio del trabajo se presentó a la autora, Mariana Enriquez, dando a conocer su obra y algunos datos personales relevantes. En seguida, se trató sobre el siniestro femenino, conceptuándolo. Se definió el siniestro femenino como “(…) una estética subversiva que parece responder a una motivación crítica y catártica [de los personajes femeninos] de reivindicarse como Sujetos siniestros” (ABALIA, p. 842, 2014), presentándose, principalmente, en las decisiones de los personajes femeninos, traducidas en acciones u omisiones monstruosas, radicales o asustadoras, sobre todo con relación a sus cuerpos. En la narrativa, varios personajes femeninos deciden tornar-se sujetos siniestros, subvirtiendo el sistema. Después de analizar cada narrativa, se verificó que el siniestro femenino es el hilo conductor de toda la obra. Para realizar las análisis, se separaron los cuentos en grupos temáticos pertinentes para profundizar las lecturas en los siguientes tópicos: (i) infancias monstruosas y maternidades sombrías; (ii) fantasmas (y) de desaparecidos; (iii) bajo y sobre los cuerpos de la (post)dictadura; y (iv) el siniestro femenino de las automutilaciones resistentes. Los análisis fueron tejidos sobre todo con base en los trabajos de Adriana Lía Goicochea (2018), Andrea Abalia (2014), Catalina Forttes Zalaquett (2021), Dayanara Guevara Aguirre (2020), Eleanor M. Hodgson (2020), Inés Ordiz (2014; 2019) y Izabel Fontes (2020). En los análisis se comentaron diversas cuestiones socioculturales y políticas evidentes en las narrativas, destacando a los personajes femeninos. Enseguida, se verificó que la obra se caracteriza por su hibridismo literario, en los términos de Vladimir Krysinski (2012, p. 230), ya que hay una mezcla de diversos modos literarios en las narrativas. Por lo tanto, también es posible clasificar la obra como perteneciente al macrogénero del insólito literario, según el concepto de Flávio García (2020, on-line). En los cuentos, Mariana Enriquez hace denuncias sociales sobre los horrores de la dictadura y postdictadura en Argentina, recordando a los torturados, desaparecidos y asesinados, retoma cuestiones sobre la violencia institucional, la violencia de género, la miseria, las drogas, la automutilación, algunas enfermedades y también destaca en las narrativas algunos mitos y creencias populares. A pesar del dolor, del silenciamiento, de las agresiones o de la incomprensión, los personajes femeninos cuestionan los patrones y normas impuestos, subvirtiéndolos por medio de sus acciones u omisiones radicales o monstruosas, con la finalidad de sobrevivir. Las narrativas presentan finales abiertos, los cuales generan inquietación, pero amplían las posibilidades de lectura de las narrativas. Muchos finales parecen desesperanzadores, pero hacen que las personas lectoras reflexionen sobre cómo es posible que todo se vuelva aún peor si nadie se moviliza.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

ESPREAFICO, Stephanie Ariadne Melgar. O sinistro feminino em Las cosas que perdimos en el fuego de Mariana Enriquez. 2024. 288 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas (Ibilce), São José do Rio Preto, 2024.

Itens relacionados